segunda-feira, 1 de agosto de 2011

QUEDAS PRECOCES

Não é raro o caso de jovens muito inteligentes que se perdem em vícios, drogas, álcool, o que for; jovens que podem até mesmo chegar perto ou concretizar o suicídio. São aqueles adolescentes que, com excelente lógica e raciocínio, começam a perceber os absurdos que existem no mundo, e que acabam se distanciando também de qualquer religiosidade, ao saber das atrocidades cometidas em nome de Deus, ao perceber a hipocrisia de determinados religiosos e a falta de lógica de ensinamentos baseados no deslumbramento e na cegueira. Estes mesmos jovens são ensinados que “intuição” é bobagem, que o que existe é no máximo o “instinto”, e que isso na verdade é algo animal, que para o humano já não serve. Dessa forma, esses jovens recusam aceitar o ilógico Deus de barba branca numa nuvem a vigiar e punir. E ao mesmo tempo esses jovens têm os impulsos do coração abafados pela sociedade “racional”, a qual as palavras “fria e calculista” definem melhor. Sonhos de “mudar o mundo” logo aparecem nessa fase da adolescência. Mas a maioria dos sonhos também não são bem-vindos na atual realidade. Exacerbamos a inteligência e atrofiamos o coração. Nossa época ainda abriga reações destrutivas de pais quanto aos filhos que querem ser músicos, atores, artistas, dançarinos, etc, qualquer coisa que fuja do convencional, ou do que faz dinheiro. Se o jovem se adaptar à dura realidade tudo bem: “e aquele garoto que ia mudar o mundo agora assiste a tudo em cima do muro” como Cazuza diria. Mas se a inconformação ficar, é preciso de uma válvula de escape. Aí é que muitas vezes entra aquele prazer que logo pode virar um vício, anestesiando a percepção, num suposto afastamento da dor, por uma felicidade temporária, que necessita de doses cada vez maiores e mais frequentes. Porém alguns ainda conseguem acordar do entorpecimento do “prazer” a tempo de evitar a tragédia, o fim de uma vida que deveria ser uma verdadeira obra de arte nas mãos de tão inteligentes artistas. Despertam e passam a fazer bom uso, tanto da sua inteligência quanto da sua percepção do que há de ruim e do que há de bom também. Aqui está um deles que acordou a tempo, e seu clipe contando um pouco da sua própria experiência, numa música entitulada “a vida não vai esperar (por você)” (depois procurem a letra, vale a pena):


terça-feira, 5 de julho de 2011

E OS ANJOS DA GUARDA???


– E os anjos de guarda? – inquiri.

Diante da surpresa que assomou ao semblante do nosso orientador, acentuei, reverente:

– Perdoe-me, mas ainda sou estudante incipiente da vida espiritual. Os anjos de guarda estão em nossa esfera?

Clarêncio encarou-me, admirado, e sentenciou:

– Os Espíritos tutelares encontram-se em todas as esferas, contudo é indispensável tecer algumas considerações sobre o assunto. Os anjos da sublime vigilância, analisados em sua excelsitude divina, seguem-nos a longa estrada evolutiva. Desvelam-se por nós, dentro das Leis que nos regem, todavia não podemos esquecer que nos movimentamos todos em círculos multidimensionais. A cadeia de ascensão do espírito vai da intimidade do abismo à suprema glória celeste.

Ligeira pausa trouxe paternal sorriso aos lábios do instrutor, que prosseguiu:

– Será justo lembrar que estamos plasmando nossa individualidade imperecível no espaço e no tempo, ao preço de continuadas e difíceis experiências. A idéia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não concorda com a justiça. Que governo terrestre destacaria um de seus ministros mais sábios e especializados na garantia do bem de todos para colar-se, indefinidamente, ao destino de um só homem, quase sempre renitente cultor de complicados enigmas e necessitado, por isso mesmo, das mais severas lições da vida? Porque haveria de obrigar-se um arcanjo a descer da Luz Eterna para seguir, passo a passo, um homem deliberadamente egoísta ou preguiçoso? Tudo exige lógica, bom-senso.

– Com semelhante apontamento, quer dizer que os anjos de guarda não vivem conosco?

– Não digo isso – asseverou o benfeitor.

E, com graça, aduziu:

– O Sol está com o verme, amparando-o na furna, a milhões e milhões de quilômetros, sem que o verme esteja com o Sol.

O apontamento de nosso orientador impunha-nos graves reflexões e, talvez por esse motivo, o silêncio tentou apossar-se do grupo, mas Clarêncio, reconhecendo que o assunto demandava elucidação mais ampla, continuou:

– Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro. Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e, por isso, a antigüidade sempre admitiu a existência de anjos bons e anjos maus. Anjo de guarda, desde as concepções religiosas mais antigas, é uma expressão que define o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de Deus ou pessoa que se devota infinitamente a outra, ajudando-a e defendendo-a. Em qualquer região, convivem conosco os Espíritos familiares de nossa vida e de nossa luta. Dos seres mais embrutecidos aos mais sublimados, temos a corrente de amor, cujos elos podemos simbolizar nas almas que se querem ou que se afinam umas com as outras, dentro da infinita gradação do progresso.
A família espiritual é uma constelação de Inteligências, cujos membros estão na Terra e nos Céus. Aquele que já pode ver mais um pouco auxilia a visão daquele que ainda se encontra em luta por desvencilhar-se da própria cegueira. Todos nós, por mais baixo nos revelemos na escala da evolução, possuímos, não longe de nós, alguém que nos ama a impelir-nos para a elevação. Isso podemos verificar nos círculos da matéria mais densa. Temos constantemente corações que nos devotam estima e se consagram ao nosso bem. De todas as afeições terrestres, salientemos, para exemplificar, a devoção das mães. O espírito maternal é uma espécie de anjo ou mensageiro, embora muita vez circunscrito ao cárcere de férreo egoísmo, na custódia dos filhos. Além das mães, cujo amor padece muitas deficiências, quando confrontado com os princípios essenciais da fraternidade e da justiça, temos afetos e simpatias dos mais envolventes, capazes dos mais altos sacrifícios por nós, não obstante condicionados a objetivos por vezes egoísticos. Não podemos olvidar, porém, que o admirável altruísmo de amanhã começa na afetividade estreita de hoje, como a árvore parte do embrião.
Todas as criaturas, individualmente, contam com louváveis devotamentos de entidades afins que se lhes afeiçoam. A orfandade real não existe. Em nome do Amor, todas as almas recebem assistência onde quer que se encontrem. Irmãos mais velhos ajudam os mais novos. Mestres inspiram discípulos. Pais socorrem os filhos. Amigos ligam-se a amigos. Companheiros auxiliam companheiros. Isso ocorre em todos os planos da Natureza e, fatalmente, na Terra, entre os que ainda vivem na carne e os que já atravessaram o escuro passadiço da morte. Os gregos sabiam disso e recorriam aos seus gênios invisíveis. Os romanos compreendiam essa verdade e cultuavam os numes domésticos. O gênio guardião será sempre um Espírito benfazejo para o protegido, mas é imperioso anotar que os laços afetivos, em torno de nós, ainda se encontram em marcha ascendente para mais altos níveis da vida.
Com toda a veneração que lhes devemos, importa reconhecer, nos Espíritos familiares que nos protegem, grandes e respeitáveis heróis do bem, mas ainda singularmente distanciados da angelitude eterna. Naturalmente, avançam em linhas enobrecidas, em planos elevados, todavia, ainda sentem inclinações e paixões particulares, no rumo da universalização de sentimentos. Por esse motivo, com muita propriedade, nas diversas escolas religiosas, escutamos a intuição popular asseverando: – “nossos anjos de guarda não combinam entre si”, ou, ainda, “façamos uma oração aos anjos de guarda”, reconhecendo-se, instintivamente, que os gênios familiares de nossa intimidade ainda se encontram no campo de afinidades específicas e precisam, por vezes, de apelos à natureza superior para atenderem a esse ou àquele gênero de serviço.

Chegávamos ao Lar da Bênção e os esclarecimentos do instrutor represavam-se em nossa alma, por inesquecível preleção, compelindo-nos a grande silêncio.

Entre a Terra e o Céu - Francisco Cândido Xavier - por André Luiz

quarta-feira, 1 de junho de 2011

SUBLIMANDO O AMOR E O SEXO


Este post são trechos retirados de dois capítulos do livro Ação e Reação de Chico Xavier, pelo espírito André Luiz. São palavras de Silas, assistente/instrutor com quem André e Hilário tiveram elucidações sobre diversos assuntos, como o amor e o sexo.

"... É preciso considerar que nos achamos ainda longe de adquirir o verdadeiro amor, puro e sublime. Nosso amor é, por enquanto, uma aspiração de eternidade encravada no egoísmo e na ilusão, na fome de prazer e na egolatria sistemática, que fantasiamos como sendo a celeste virtude. Por isso mesmo, a nossa afetividade terrestre, quando na primavera dos primeiros sonhos da experiência física, pode ser um conjunto de estados mentais, consubstanciando simplesmente os nossos desejos. E nossos desejos se alteram todos os dias... Em razão disso, recordemos o imperativo da recapitulação. Nessa ou naquela idade física, o homem e a mulher, com a supervisão da Lei que nos governa os destinos, encontram as pessoas e as situações de que necessitam para superarem as provas do caminho, provas indispensáveis ao burilamento espiritual de que não prescindem para a justa ascensão às Esferas Mais Altas. Assim é que somos atraídos por determinadas almas e por determinadas questões, nem sempre porque as estimemos em sentido profundo, mas sim porque o passado a elas nos reúne, a fim de que por elas e com elas venhamos a adquirir a experiência necessária à assimilação do verdadeiro amor e da verdadeira sabedoria. É por isso que a maioria dos consórcios humanos, por enquanto, constituem ligações de aprendizado e sacrifício, em que, muitas vezes, as criaturas se querem mutuamente e mutuamente sofrem pavorosos conflitos na convivência uma das outras. Nesses embates, alinham-se os recursos da redenção. Quem for mais claro e mais exato no cumprimento da Lei que ordena seja mantido o bem de todos, acima de tudo, mais ampla liberdade encontra para a vida eterna."

"Freud deve ser louvado pelo desassombro com que empreendeu a viagem aos mais recônditos labirintos da alma humana, para descobrir as chagas do sentimento e diagnosticá-las com o discernimento possível. Entretanto, não pode ser rigorosamente aprovado, quando pretendeu, de certo modo, explicar o campo emotivo das criaturas pela medida absoluta das sensações eróticas."

"Criação, vida e sexo são temas que se identificam essencialmente entre si, perdendo-se em suas origens no seio da Sabedoria Divina. Por isso, estamos longe de padronizá-los em definições técnicas, inamovíveis. Não podemos, dessa forma, limitar às loucuras humanas a função do sexo, pois seríamos tão insensatos quanto alguém que pretendesse estudar o Sol apenas por uma réstia de luz filtrada pela fenda de um telhado. Examinado como força atuante da vida, à face da criação incessante, o sexo, a rigor, palpitará em tudo, desde a comunhão dos princípios subatômicos à atração dos astros, porque, então, expressará força de amor, gerada pelo amor infinito de Deus. O ajuste entre o oxigênio e o hidrogênio decorrerá desse princípio, no plano químico, formando a água de que se alimenta a Natureza. O movimento harmonioso do Sol, equilibrando a família dos mundos, na imensidade sideral, além de nutrir-lhes a existência, resultará dessa mesma energia no plano cósmico. E a própria influência do Cristo, que se deixou crucificar em devotamento a nós outros, seus tutelados na Terra, para fecundar de luz a nossa mente, com vistas à divina ressurreição, não será, na essência, esse mesmo princípio, estampado no mais alto teor de sublimação? O sexo, pois, não poderia ausentar-se do reino espiritual que nos é conhecido, por ser de substância mental, determinando mentalmente as formas em que se expressa. Representa, desse modo, não uma energia fixa da Natureza, trabalhando a alma, e sim uma energia variável da alma, com que ela trabalha a Natureza em que evolve, aprimorando a si mesma. Apreciemo-la, assim, como sendo uma força do Criador na criatura, destinada a expandir-se em obras de amor e luz que enriqueçam a vida, igualmente condicionada à lei de responsabilidade, que nos rege os destinos."

"Na Terra, é vulgar a fixação do magno assunto no equipamento genital do homem e da mulher. Contudo, é preciso não esquecer que mencionamos o sexo como força de amor nas bases da vida, totalizando a glória da Criação. Foi ainda Segismundo Freud quem definiu o objetivo do impulso sexual como procura de prazer... Sim, a assertiva é respeitável, em nos reportando às experiências primárias do Espírito, no mundo físico; entretanto, é indispensável dilatar a definição para arredá-la do campo erótico em que foi circunscrita. Pela energia criadora do amor que assegura a estabilidade de todo o Universo, a alma, em se aperfeiçoando, busca sempre os prazeres mais nobres. Temos, assim, o prazer de ajudar, de descobrir, de purificar, de redimir, de iluminar, de estudar, de aprender, de elevar, de construir e toda uma infinidade de prazeres, condizentes com os mais santificantes estágios do Espírito. Encontramos, desse modo, almas que se amam profundamente, produzindo inestimáveis valores para o engrandecimento do mundo, sem jamais se tocarem umas nas outras, do ponto de vista fisiológico, embora permutem constantemente os raios quintessenciados do amor para a edificação das obras a que se afeiçoam. Sem dúvida, o lar digno, santuário em que a vida se manifesta, na formação de corpos abençoados para a experiência da alma, é uma instituição venerável, sobre a qual se concentram as atenções da Providência Divina; entretanto, junto dele, dispomos igualmente das associações de seres que se aglutinam uns aos outros, nos sentimentos mais puros, em favor das obras da caridade e da educação. As faculdades do amor geram formas sublimes para a encarnação das almas na Terra, mas também criam os tesouros da arte, as riquezas da indústria, as maravilhas da Ciência, as fulgurações do progresso... E ninguém amealha os patrimônios da evolução a sós. Em todas as empresas do acrisolamento moral, surpreendemos Espíritos afins que se buscam, reunindo as possibilidades que lhes são próprias, na realização de empreendimentos que levantam a Humanidade, da Terra para o Céu..."

terça-feira, 10 de maio de 2011

A VIDA EM 10 LIÇÕES


Voltando a atualizar o blog com um texto de Twyla Nitsch, anciã da tribo iroquês.

1. Você vai receber um corpo.
Você poderá gostar dele ou detestá-lo, mas ele será seu por todo o período da sua vida.

2. Você vai aprender lições.
Você está matriculado em período integral numa escola informal chamada Vida. A cada dia, nesta escola, você terá a oportunidade de aprender lições. Você poderá gostar das lições ou achá-las irrelevantes e estúpidas.

3. Não existem erros, apenas lições e consequências.
O crescimento é um processo de tentativa e erro: experimentação. Os experimentos que "não deram certo" são tão parte do processo quanto os que "funcionaram". Lições de moral não ajudam. Julgar também não. Apenas faça o melhor que puder.

4. Cada lição é repetida até que seja aprendida.
Cada lição será apresentada a você em várias formas, até que você a tenha aprendido. Quando a tiver aprendido, poderá passar para a próxima lição.

5. O aprendizado não termina nunca.
Não há nenhuma parte da vida que não contenha suas lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas.

6. "Lá" não é melhor do que "aqui".
Quando o seu "lá" tiver se transformado num "aqui", você simplesmente verá um outro "lá", que novamente parecerá melhor do que "aqui".

7. Os outros são meros espelhos seus.
Você não pode amar nem odiar algo em outra pessoa a menos que isso reflita algo que você ama ou odeia em você mesmo.

8. O que você faz da sua vida é decisão sua.
Você tem todos os instrumentos e recursos de que precisa. O que você faz com eles é com você. A escolha é sua.

9. Você sempre consegue o que quer.
Você e seu subconsciente determinam quais energias, experiências e pessoas você atrai. Assim, o único jeito certeiro de saber o que você quer é ver o que você tem. Não existem vítimas, apenas estudantes.

10. Sua resposta está dentro de você.
As respostas às questões da Vida estão dentro de você. Tudo o que você precisa fazer é olhar, ouvir e confiar.

Por fim, você esquecerá tudo isto. Mas você pode lembrar sempre que quiser. A experiência é uma professora muito severa, pois primeiro ela aplica a prova, e somente depois é que vem a lição.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

NOSSO SEGREDO


O título desse post é uma brincadeira para fazer uma ponte entre Nosso Lar, de André Luiz, psicografado por Chico Xavier, e O Segredo, best-seller de Rhonda Byrne. Fazendo um resumo bem enxuto de O Segredo, a lei da atração é o segredo, e essa lei define que você atrai aquilo ao que você se sintoniza mentalmente e emocionalmente; sejam sentimentos bons ou ruins, agradáveis ou de repulsa, o universo sempre responde à sua sintonia, e você receberá mais daquilo em que estiver sintonizado, mesmo que não deseje aquilo. A mensagem final do filme (para quem não sabe, O Segredo é um caso raro em que o filme veio antes do livro), pode-se resumir naquela pequena frase escrita nas areias de uma praia, "sinta-se bem". Sentir-se mal não vai mudar uma má situação, você precisa buscar um jeito ou até uma estratégia para se sentir bem, e assim mudar a realidade à sua volta.

Em Nosso Lar, André Luiz, ao falecer, se encontra numa região obscura, no umbral, uma espécie de purgatório. Após seis anos nesse lugar é que ele consegue elevar-se intimamente um pouco e daí então enxergar uma equipe de socorro que já o visitara antes, mas que ele tinha sindo incapaz de vê-los devido às suas sintonias diferentes. Ele é então levado e tratado em Nosso Lar. Um bom tempo depois, quando já havia aprendido, desenvolvido um pouco mais suas faculdades mentais, já prestando socorro a necessitados e mostrando um desenvolvimento exemplar, ele acabou por receber a chance de visitar a família que ele havia deixado no mundo físico. Chegando lá descobriu que sua esposa tinha casado novamente. Surpreso, André saiu da casa e sua raiva era tanta que ele viu descortinar-se em sua volta as sombras do umbral onde ele estivera tempos atrás. Ele compreendeu o que estava acontecendo, ponderou a situação, controlou suas emoções e saiu novamente do umbral.

André Luiz entendeu que sua sintonia, sua situação interior é que define o seu ambiente, levando-o a um lugar de acordo com a sua afinidade natural. E o que O Segredo nos diz é que isso acontece também aqui. Na verdade, a espiritualidade está em tudo, esse é o nosso segredo. A realidade à nossa volta está sempre preparando respostas no mesmo tom dos nossos sentimentos. Vários espiritualistas, especialmente aqueles que estudam a projeção astral, muitas vezes chamam o nosso espírito de "corpo emocional". Ou seja, seus pensamentos e suas emoções descrevem grande parte de quem você é e de onde você é, e a vida, o universo, vai sempre tentar te fazer "se sentir em casa", mesmo que você não goste dessa casa.

Então a espiritualidade também está aqui; a morte muda muita coisa, mas não é uma fronteira que se cruza para um mundo incrível e distante do que temos aqui, a morte é um encontro consigo mesmo, com sua frequência, sua sintonia, com o local onde seu corpo emocional se situa, é a lei da atração sem a barreira do corpo físico, é a repercussão do seu íntimo. Cuidar da espiritualidade é tentar sempre melhorar internamente ainda aqui, no físico, prestar atenção nas suas reações emocionais, tentar manter-se alerta de que você emana energias e acaba recebendo energias semelhantes.

Se uma situação está ruim, ao invés de torcer impacientemente pelo fim , melhor é tentar mudar internamente para melhor.

Luz e Paz!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O QUE É O AMOR??

Hoje em dia há algo comum se sobressaindo em textos religiosos, livros de auto-ajuda, letras de música, até e-mails com aquelas mensagens, dentre outras coisas. Virou um ponto chave de várias filosofias e linhas de pensamento e que tem mostrado que realmente não há um abismo tão grande entre certos pontos de vista, estando este abismo na verdade no entendimento técnico, na simbologia, na linguagem usada para tratar daquilo que deveria ser uma só coisa: o amor.

O amor está nas letras de músicas mais consagradas (de John Lennon, Bob Marley, pra citar alguns), nas escrituras sagradas mais famosas, e está cada vez mais "na moda." Digamos que é a nova "tendência". Mas o leitor mesmo já deve estar se perguntando: de que amor estou falando? O amor de casais, tão cantado nas músicas de todos os estilos? Ou o amor sagrado, puro, que temos por um amigo, nossos pais, uma divindade? Estou falando de amor ou de paixão?

Na verdade, quebramos o amor em dois tipos diferentes para não precisarmos quebrar muito a cabeça com a raiz da dúvida: O que é amor? Muitos pensam saber a resposta por já terem amado alguém, mas não seria isso apenas paixão? Amor então na verdade seria aquilo que se sente por um filho, o que também pode ser sentido por aquela pessoa pela qual também sentimos paixão. Mas será que toleraríamos os erros da(o) companheira(o) assim como toleraríamos os erros de um filho? Talvez seja aí o ponto de começo da separação entre amor e paixão, ou de dois amores diferentes.

E aquele amor por coisas? "Eu amo chocolate". "Eu amo música". "Eu amo viajar." Essas frases deixam um pouco mais claro o que é o nosso amor. Possuímos uma lei infalível: queremos perto de nós aquilo que nos dá prazer, e longe aquilo que nos desagrada, e então odiamos, "Odeio giló". "Odeio notícias ruins."

Talvez então o amor que se tem por um filho esteja mais próximo de um amor puro, pois continua-se amando mesmo com desagrados do filho, mas vemos também que existem limites nas "travessuras" toleráveis. Não seria então mais correto dizer que, ao invés de amores diferentes, existem níveis ou graus diferentes de amor?

Quanto mais o ego interfere e reclama por receber algo que lhe dê prazer, mais difícil vai se tornando a capacidade de amar. Quanto mais se é consciente da voz interior do ego, mais esse amor amadurece, muda o desejo de se ter o objeto do prazer, do brinquedo, que uma vez velho ou quebrado, não lhe serve mais. Esse amor cresce, à medida que o próprio ego amadurece, se olhando no espelho, reconhecendo e entendendo seus próprios desejos.

Várias escrituras sagradas parecem querer nos ensinar o que é o amor e como amar. Sábios pegam o nosso pequeno exemplo do amor do pai pelo filho para tentar nos explicar um amor maior, como o amor "do Pai" pelos seus "filhos". Mas jogamos a palavra amor ao vento, como se já fôssemos totalmente cientes do seu significado.

Existem dois livros muito interessantes que falam do amor, um deles é um pouco antigo, o outro é bem recente. O primeiro é O Dom Supremo, de Henry Drummond, adaptado para o português por Paulo Coelho. O segundo foi lançado no final de 2010, se chama O Poder, de Rhonda Byrne, autora de O Segredo. Pelos títulos desses dois livros dá pra se ter uma pequena idéia do que é o amor: o dom supremo, o poder...

Estamos sempre aprendendo a amar, as fontes de estudo são muitas, ficam aí algumas idéias.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

É DANDO QUE SE RECEBE??

Essa antiga e sábia expressão se tornou tão popular hoje em dia que, eu tentando ser um bom blogueiro aqui, fui pesquisar o "é dando que se recebe" na internet antes de começar a escrever, e é impressionante a variedade de utilidades que essa expressão tem recebido. Sob esse título tem de tudo, tem vídeo de Edmundo (ex-flamengo) dando um tapa noutro jogador e recebendo um tapa e um soco de volta, tem textos sobre corrupção, o "ajuda-ajuda" suspeito de políticos "por baixo dos panos", e tem até uma conotação bem diferente como título de filme pornô. Essa frase realmente "caiu na boca do povo".

Vamos ver os significados mais comuns que temos então (em ordem aleatória):

É dando que se recebe 1: Uma mão lava a outra! Troca de favores.
É dando que se recebe 2: Bateu, levou! A justiça tarda mas não falha.
É dando que se recebe 3: Você recebe o equivalente àquilo que você dá. Lei de causa e efeito.

Ok, são três significados aparentemente diferentes, mas vamos tentar nos aprofundar aqui. Todos os três têm um teor parecido, um teor contábil lógico como se fosse um cálculo. Essa frase traz uma questão íntima e até abstrata, mas esse seu uso a reduz a uma simples questão de logística, que deixa muita gente confusa e insatisfeita com essa "lei", e nem podem ligar para o SAC do Universo reclamando "ei! paguei e não recebi!" É claro que a questão de causa e efeito muitas vezes se faz sentir, como a bola arremessada contra a parede volta na sua direção, apesar de não ser tão simples assim quando tratamos de atitudes ao invés de objetos. Mas mesmo assim, será que não tem nenhum significado faltando?

Buscando as origens de tal expressão, encontra-se uma outra parecida, nas palavras de Jesus na Bíblia: "Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo." (Lucas 6:38). Esse contexto nos leva novamente à questão da lei de causa e efeito. Mas há ainda um outro contexto a ser analisado, a expressão exata usada por Francisco de Assis em sua oração mais famosa:

"Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna."

Na parte em que destaquei em itálico, São Francisco se refere a dar sem necessariamente receber (mais consolar que ser consolado, etc.) E por que? Porque é dando que se recebe. Ou seja, ser capaz de dar algo já é um prazer. Ele recebe a possibilidade de consolar, de compreender, de amar, e isso já é a maior dádiva que ele pode receber. Ele se sente feliz em ajudar, em dar. O que quer dizer que ao dar, ele já está recebendo. É dessa forma que se consegue alcançar o nível de dar sem esperar nada em troca.

Voltemos um pouquinho à Bíblia, pra ver que a interpretação de trechos isolados nos dão uma visão limitada da situação. No mesmo capítulo de Lucas, apenas quatro versículos antes daquele citado acima, Jesus diz:

"E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.
Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus."

Dá pra ver que além da causa e feito, há outro assunto importante, que foge da questão matemática do que se possui e o que vai deixar de se possuir. Trata-se de uma doação que não pensa "o que eu ganho com isso", e que por não pensar nisso, já ganha muito. Essa seria a tal "forma correta" de dar e receber, pois ambos estariam inclusos num mesmo ato.

Lógico que há várias outras análises que podem ser feitas desses textos, mas seria bom se pelo menos tivéssemos uma visão menos limitada do "é dando que se recebe", não acha?